domingo, 28 de outubro de 2012

Retalhos de uma História: Shafiqah La Copta


Shafiqah La Copta foi aluna da primeira bailarina  de Dança Oriental egípcia, Shooq. Ela nasceu em 1851 em "Shobra", subúrbio do Cairo, em uma família conservadora e modesta.  Há relatos de que tenha fugido de casa à idade de 12 anos. Outras pessoas relatam que sua família ficou escandalizada quando ela começou a pensar em dançar e que aos 19 anos de idade saía de casa escondida dos pais para ter aulas com Shooq, dizendo que ia a Igreja. Seus pais morreram quando ela ainda era jovem. Depois casou-se, e viveu por um tempo sob circunstâncias pobres, tentando melhorar dançando nos clubes. Sua primeira apresentação foi em festivais folclóricos. Depois começou a dançar em casas noturnas. Era muito bonita e talentosa e alcançou a fama dançando na boate "El Dorado".
Em 1871, ela dirigia um grupo de músicos e bailarinas. Em 1917, participou da primeira Feira Internacional, em Paris, onde se classificou como primeira colocada.
Shafiqah La Copta já era uma lenda em seu tempo, na década de 1920, e tornou-se a dançarina mais famosa e rica do Egito após o falecimento de sua mestre, Shooq. Seus fãs lançavam moedas de ouro egípcias a seus pés. Foi dito que ela chegou a usar pares de sapato de ouro e brilhantes.
Shafiqah La Copta inseriu na dança acessórios de equilíbrio, como o candelabro e bandejas. E não só isso, ela abria espacates durante a dança! Entre seus muitos admiradores havia ministros e outras pessoas de influência.
trecho do filme sobre Shafiqa La Copta

Este período marcou o início da era de dançarinos famosos no Egito. Bailarinos bem sucedidos começaram a abrir seus próprios clubes. Shaafiqa abriu a casa "Alf Leyla", também conhecida como  "1001 noites".
Sua influência não se limitou ao mundo da dança. Durante a revolução de 1919, colaborou com revolucionários opositores ao domínio inglês.
Shafiqah La Copta tornou-se extremamente rica, mas seu sucesso não trouxe  só dinheiro. Ela também gastava muito e tornou-se viciada em cocaína. Morreu desamparada, em 1926.
O filme "Chafika el Kebteya" ou "Shafika o copta" de 1963, dirigido por "El Hassan IMAM" relata a história desta lendária bailarina oriental. O filme conta com a participação de Rostom Hind, Hassan Youssef, Zizi El Badrawi.
trecho do filme sobre Shafiqa La Copta

O nome dela você poderá ver  escrito de diversas formas: Shafiqah Alqebtieah, Shafiqa Al-Qibtiyya,  Shafie'a Qebtiyya, Chafika el Kebteya, Shafiqah al-Qutubiah, el Koptiyva ou Shafika o copta.


Fontes:

sábado, 20 de outubro de 2012

Videoteca: Lulu from Brazil


Lulu from Brazil é paulistana, nascida em 1966. Iniciou seus estudos em dança com Sherahzad, armênia residente no Brasil. Esta foi sua única professora neste país.
Em 1985 fez suas primeiras apresentações na Casa de Chá Khan el Khalili. Neste mesmo ano também casou-se com seu primeiro marido, proprietário da casa de chá. O casamento e a parceria entre eles durou 21 anos. Durante este tempo Lulu esteve a frente do ensino e da qualidade artística da casa, construindo sua estrutura técnica e estilo. Lá iniciou sua carreira como professora, em 1990. A criação das aulas e do conteúdo didático era sua responsabilidade. Juntos, Lulu e Jorge transformaram a casa de chá em um centro de referência de dança do ventre, com apresentações diárias e produção de materiais exclusivos para estudo.

Em 1993 promoveu grande festa na Khan el Khalili para celebrar seus 10 anos de dança, com um público estimado de 400 pessoas. O maior grupo reunido de pessoas interessadas na dança até então. Neste mesmo ano lançou seu primeiro vídeo didático. O primeiro de muitos, todos muitíssimo recomendados para quem estuda a dança do Ventre. Em 98 lançou uma coleção com 17 vídeos didáticos, com bailarinas convidadas de todas as partes do Brasil – todas alunas de Lulu e naquela época já profissionais em dança. Durante muito tempo, quando o acesso a aulas e a outros materiais didáticos sobre dança era muito limitado, os DVDs da Lulu foram de grande importância para a formação de inúmeras bailarinas, muitas das quais são hoje conceituadas. A partir destes DVDs a dança chegava aos lugares mais distantes. Depois de mais de 25 anos de carreira, Lulu já lançou cerca de 40 vídeos tutoriais e de apresentações nos quais explora técnica e exibe um pouco de seu estilo de dançar. 

Em 1998 organizou uma festa comemorando seus 15 anos de dança, no clube Sírio Libanês em São Paulo. Desta vez contando com música ao vivo e um público de 1300 pessoas.
Fez diversas viagens internacionais, tendo sido a primeira em 1982 para os Estados Unidos, em busca de maior conhecimento e contato com novos professores. Em 98 fez sua primeira viagem ao Egito e em 1999 iniciou um processo de viagens internacionais, sendo o primeiro país visitado a Suécia, como estudante. Começaram a surgir os primeiros contatos internacionais e convites para trabalhar na Europa. Desde então ministrou cursos regulares nos seguinte países: Argentina, Chile, USA, Canadá, Egito, Islândia, Noruega, Suécia, Dinamarca, Portugal, Espanha, Itália, Áustria, Alemanha, França, República Checa,  Japão, Eslovênia, Reino Unido, Irlanda, México, Escócia e todo território brasileiro.
Em 2000 nasce a ideia, junto com Jorge Sabongi, de criar um processo seletivo para alavancar a qualidade e homogeneidade da dança em todo país. Criaram então a Pré Seleção Khan El Khalili.
Hoje ela dirige a escola Shangrilah House, ministra aulas e produz eventos e dá continuidade ao trabalho iniciado, criando seu próprio selo de qualidade a partir de pedidos de bailarinas que primavam pela arte na avaliação de suas danças.

Sua conexão com a dança é mais ligada a forma como a música é sentida no Egito do que nos demais países árabes. Lulu faz movimentos bem pequenos, batidas suaves e tudo é bem compacto.  Sua dança é fluida, com deslocamentos leves. Adora usar pivôs em baixo e médio plano, fazer oitos laterais com quadril emendado com ganchos de perna. Dança perfeitamente com o véu tradicional, com um incrível domínio. E se expressa de uma forma linda ao dançar, com completa conexão entre música, expressão corporal e sentimentos.

Depois de 28 anos de dança continua fazendo aulas, se dispondo a estudar. Uma grande mestre com a humildade de se dispor a aprender cada vez mais, difundindo a ideia de que o estudo é para sempre. Fez aulas com Sherahzad, Farida Fahmy, Mahmoud Reda, Rakia Hassan, Morroco,  Ibrahim Farah,Anahide Sophien, Ghassan Fadlahlah, Amany, Dina, Aida Nour, Souhair Zaki, Mona Said,  Najwa Fuad, Ibrahim Akef, Mr Farouk, Zaza Hassan, Ashraf Hassan, Hassan Afifi, Shalaby, Gamal Seif, Khaled Seif, Momo Kadous, Shokry Mohamed, Mohamed Shahin, Hussein, Mo Gedawi, Newen Ramez, Freizz, Ahmed Fekri, Yousri Sharif, Mohamed Kasafy, Khaled Mahmoud, Randa Kamel, Lucy, Sahara Saeda, entre outros.
Super aconselho a todos estudar com e como a Lulu. E assistir muitos e muitos vídeos, shows e aulas! Sempre é possível aprender muito com ela!

sábado, 13 de outubro de 2012

Retalhos de uma História: Taheya Karioca


"Todas morremos e vivemos pela dança" 

Nascida com o nome Abla (bint) Muhammad Karim, Taheya Karioca(Ismaïlia, 1915 - Caïro, 1999) deixou sua família em Ismália após uma discussão com seu pai, Mohamed Karim, quando contava de apenas 12 anos de idade e pegou o trem para o Cairo.  Aos 31 anos já era considerada uma lenda da Dança Oriental. Herdou de seu pai o amor pela arte e os muitos casamentos. Seu pai casou-se 7 vezes e mais tarde Taheya dobrou esse número! 
Ela dançou na maioria dos estados árabes e fez várias participações em filmes egípcios, com famosas estrelas do cinema árabe, tais como o cantor e compositor Mohamed Ahdelwahab e Farid Al Atrache. Lançou sua carreira cinematográfica em 1935, tendo sido "La Femme et le Pantin" o seu primeiro filme. Fez mais de 120 filmes no decorrer de sua vida. Participou também de peças de teatro e de novelas. O cinema e televisão fizeram de Taheya uma pessoa bem conhecida pelos árabes.
Rara foto de Taheyya dançando com espada.
 Estudou na Escola de Dança Ivanova e, posteriormente, estudou na Mohammed Ali Street, no Cairo, lugar equivalente a Broadway. Foi nomeada Karioca por sua conexão com a dança brasileira, o samba.  Depois de ficar fascinada por ritmos brasileiros, ela perguntou ao derbaquista se ele poderia executar semelhante batida em sua tabla. Assim como Mohamed Abdelwahad fez em suas composições, Taheya introduziu ritmos latino-americanos em seu show. O samba era utilizado por Taheya para executar seus passos no início de sua carreira, durante a década de 1930, quando ela dançava no Badia's Massabni Casino. A partir daí ela se tornou conhecida como Taheya Karioca e o percussionista como Zaki Karioca. 
A concorrência no Badia's Cabaret era dura, especialmente contra Samia Gamal que também dançou lá no início de sua carreira.
A  performance de Taheya era,  normalmente, de 20 a 25 minutos, no máximo. Mas sua  fama cresceu rapidamente entre 1930 e 1940, de tal forma que o Rei do Egito, Farouk, convidou-a para dançar em seu aniversário. Seu estilo era totalmente diferente do de Samia.
Taheya era uma mulher muito forte e determinada mas com uma dança delicada. Possui uma técnica bastante sofisticada. Essas características fizeram o seu sucesso no difícil mundo da dança do ventre, àquela época no Cairo. Ela era, sem dúvida, uma das melhores bailarinas do Egito. Sua dança era fluida, com emendas perfeitas que dificultam saber onde começa e termina determinada sequência. Possuía uma postura de braços delicada e expressiva. Utilizava pouco espaço para executar seus movimentos, mas sem perder a dinâmica da dança. Sua expressão era meiga, sempre com um sorriso nos lábios. Ninguém conseguiu alcançar sua virtuosidade, seu jogo de palavras, gestos e seu jeito irônico de flertar. Extremamente audaz, recusou-se a dançar para o ditador turco Kamal Ataturk,   o qual proibiu de entrar na Turquia, também recusou-se a dançar para Nazli, rei do Egito.
Longe dos palcos, a bailarina estava a frente de seu tempo, era ativista política e se envolveu  em diversas causas, o que custou, inclusive, a sua liberdade, tendo sido presa durante a guerra, quando exerceu um importante papel - foi  responsável por grandes ajudas e donativos.
Taheya Karioca foi casada 14 vezes. À lista dos seus homens estão incluídos o renomado ator Rushdi Abaza, o cantor Muharram Fuad e, assim como Samia Gamal, ela também foi casada com um americano convertido ao Islã. O casamento não durou por muito tempo.  Em 1963, abandonou a dança e montou um grupo de teatro. Sua primeira peça foi sobre a lendária bailarina Shafiqa La Copta, que é reconhecida como primeira bailarina de dança do Ventre a se apresentar em público, em Paris, em 1917. Mais tarde, nos anos 70, ela retornou ao islamismo ortodoxo.

Taheya tornou-se um ídolo para russos, americanos, alemães, ucranianos, italianos, armênios, holandeses e franceses. Todos ficaram atraídos pela sua inigualável mestria. Taheya Karioca provou ser uma fonte de inspiração para uma geração inteira de novas bailarinas.
Faleceu em 20 de setembro de 1999 com a idade de 79, de um ataque cardíaco. Diziam que ela tinha metade de sua inteligência nos pés e a outra metade na cintura.

                                                                                                                                             Por Ju Najlah

Fontes:
MAHAILA, Brysa. Por que amar Taheyya Karioca, in Shimmie, a sua revista de Dança do Ventre, ano 2, nº8

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Entrevista: Natália Piassi


"Quando dançamos nos transformamos em um canal, nos conectando a cada pessoa que está na plateia, portanto tentar transmitir amor e alegria é o que procuro."


DVNF: Conte-nos um pouco sobre sua trajetória na dança do ventre?
NP: Bem, sempre fui muito ligada à dança, desde que era pequenininha! Meus pais sempre me incentivaram, até mesmo nas minhas loucuras!
Um dia eu estava em uma festa de réveillon na casa de uns amigos nossos que tinha uma temática árabe... No meio da festa, de surpresa, entraram duas bailarinas com candelabro! Lindas, maravilhosas! Fiquei anestesiada, e não conseguia entender de onde vinha tanta feminilidade, acabei me emocionando! Desde então, sai procurando lugares que pudesse fazer aulas na cidade onde morava... Porém, além de ser muito difícil encontrar, meus horários não batiam.
Até que ouvi dizer sobre uma moça que estava dando aulas no salão de festas de um prédio e, no dia do meu aniversário de 16 anos, fiz a minha primeira aula de dança do ventre! Lembro até o cheiro do lugar, o rostinho de cada menina, e a ansiedade que eu estava sentindo... Queria aprender tudo de uma vez! Era tudo tão lindo!
Minha primeira apresentação foi com 3 meses de dança, e foi uma super surpresa de aniversário pra minha mãe querida! Apesar de não conhecer quase nada, e não ter quase nenhuma técnica ainda, foi uma das danças mais emocionantes da minha vida!
Então, fui fazer intercambio no Canadá, e procurei pela dança lá também... Aprendi bastante coisa por lá. Estilos diferentes, fusões... E lá eu conheci um pouquinho do Tribal Fusion, que também é uma vertente lindíssima da dança do ventre!
Quando voltei, minha professora teve que ir embora para São Paulo para se especializar... Fiquei sem ter aonde ir... Fiz aulas em outros lugares, mas não era a mesma coisa. E parecia que eu precisava de mais, cada vez mais! Foi ai que, vendo vídeos na internet, conheci a minha segunda mãe... Juliana Marconato! Estava na época dos vestibulares, e então decidi que ia largar tudo e fazer faculdade em Araraquara pra poder respirar a dança com uma das melhores professoras e bailarinas do mundo! E foi aí que tudo foi mudando... Meu jeito de ser, de tratar as pessoas, minha emoção na dança, meu carinho e respeito pela vida, tudo! A Ju estendeu a mão para mim, viu um potencial lááá no fundo, e decidiu que ia me ajudar. Só tenho a agradecer a esse anjo que apareceu na minha vida!
Lá foi onde tudo tomou forma... As apresentações estouraram, comecei a dar aulas e seguir uma filosofia maravilhosa que a Ju passa para todas as meninas da escola!
Já houve várias conquistas, várias emoções, vários sorrisos... Tenho certeza de que ainda tenho muito a aprender, a dança é uma busca constante, nunca podemos parar! É linda demais e possui tantos mistérios que ainda podemos desvendar!
Por isso sempre digo: nunca desistam dos seus sonhos! Nós podemos ser quem nós quisermos ser! Basta lutar, e ir atrás deles, por mais altos que eles pareçam ser!


DVNF: Quais foram as professoras que mais marcaram o seu aprendizado e por quê?
NP: Posso dizer que 2 professoras marcaram a minha vida na dança, as quais iluminaram o meu caminho, sem sombra de dúvidas!
Marilia Magalhães, minha primeira e linda professora... Que me ajudou bastante no começo do meu aprendizado! Uma pessoa maravilhosa, dedicada, e muito especial! Apesar de todas as dificuldades na época, tanto ela para dar as aulas quanto eu para fazer, ela soube me mostrar o caminho com muito carinho!
E, é claro, Juliana Marconato! Minha diva, inspiração, minha mãe de dança, minha estrela guia! Quem acreditou no meu potencial, e me ajuda sempre a superar meus limites! Quem me mostrou a verdadeira essência da dança do ventre, e beleza de ser mulher! Quem me fez apaixonar ainda mais por essa arte maravilhosa, e melhorar como bailarina e como pessoa!
Porém tiveram mais 2 pessoas que marcaram meu aprendizado, mesmo não sendo professores... Meus lindos pais! Que nunca me deixaram desistir e seguraram a minha mão nos momentos de mais aflição! Se não fosse por eles, com certeza não estaria aqui hoje!
A todas essas pessoas sou eternamente grata! Moram no meu coração!


DVNF: Quais as suas inspirações na dança?
NP: Em primeiro lugar... Juliana Marconato! Não só na dança, mas em filosofia de vida!
Mahaila El Helwa, Kahina, Elis Pinheiro, Shirley Salihah que tem uma didática impecável, uma dança linda, e é um amor de pessoa! Não podemos esquecer Lulu Brasil, se não fosse por ela, não estaríamos aqui hoje! Aziza Mor Said, Nagla Yacoub que é um exemplo de vida e de dedicação, Randa Kamel, Aida... etc...
Tantas bailarinas me inspiram, cada uma com um toque especial... Não tem como citar todas elas! Cada bailarina que eu assisto, tem algo novo para passar! Todas são inspirações!


DVNF: Como você busca se aprimorar? Como é enquanto estudante?
NP: Assistir vídeos é um dos instrumentos que uso para estudar.
Cada bailarina, cada dança, cada movimento tem uma história e um sentimento diferente... Nenhuma é igual à outra! Acho importante diferenciar esses estilos. Cada bailarina usa as sequências que mais gosta, e estão sempre inventando coisas novas.
Dançar em casa também é muito bom... Quando estiver sozinha, só você com sua alma! É bom pra desenvolver seu próprio estilo, colocar suas próprias emoções em cada movimento!
Escutar bastante música, e prestar atenção no que ela tem a dizer. Escutar cada instrumento, prestar atenção em cada nota e cada melodia. Faz com que nos conectemos com ela, até que a música e nossos sentimentos se tornem um só!
Fazer aulas com professoras diferentes... É claro que as alunas pegam os trejeitos de suas professoras principais, é inevitável! Com o tempo, com conhecimentos novos, vamos encontrando, aos poucos, nosso próprio estilo. Fazer workshops pode colaborar!
Assistir seus próprios vídeos também é ótimo para apontarmos o que precisamos melhorar sempre! Para vermos quantas coisas lindas somos capazes de fazer, e quantas ainda devemos aprimorar.


DVNF: Quais benefícios você pôde perceber da dança em sua vida?
NP: Nossa, são tantos!
Primeiro os físicos... Minha postura mudou completamente, passei a prestar mais atenção no meu corpo e não fazer mais tão mal a ele. Parece que o corpo muda, ficamos mais mulheres, mais elegantes, mais bonitas! Sem contar aquela sensação de bem-estar quando se termina uma dança, do corpo latejando de alegria!
E o mais importante... Interiormente! Eu era uma pessoa muito fechada, tímida, não conversava com as pessoas, e achava que todo mundo era malvado. Com a dança pude me soltar mais, me sentir mais livre, mais eu! Percebi que as pessoas não são más, nós julgamos errado. Tudo o que acontece do lado de fora, é um reflexo do que acontece dentro de nós. Só precisamos mudar nossas atitudes e nossos pensamentos para que as coisas venham até nós, e o mundo fique mais bonito!
A dança me fez mais feminina, mais mulher. Melhorou minha auto-estima, meus relacionamentos com as pessoas, principalmente com os meus pais!
Passei a enxergar mais o lado positivo das coisas e das situações, não ter medo de demonstrar meus sentimentos, e não ter medo de lutar pelos meus sonhos! Ser uma pessoa mais calma, e paciente. Uma pessoa mais flexível, entendendo que temos que nos adaptar as circunstancias, e não as circunstancias a nós!
Posso dizer que existe uma Natália antes da dança, e uma Natália depois da dança! Uma Natália muito, muito, muito melhor! Mais segura de si, mais amável, mais mulher, mais corajosa, mais pura!


DVNF: O que você mais aprecia nesta arte?
NP: Aprecio a forma com que a alma se conecta com o corpo, e tudo vira uma coisa só! Como ativa a sensibilidade da mulher, e melhora as pessoas por completo, no físico e na forma de espirito! Aprecio a linguagem dessa dança, a maneira que a bailarina se torna o instrumento, e se deixa levar pela música. Como a feminilidade pode ser resgatada através dela. A união que ela pode proporcionar entre as mulheres, e a força que pode gerar! Aprecio a dança do ventre como um todo, acredito que seja um conjunto de tudo o que há de mais belo no mundo que se mistura e entra no corpo da bailarina para que ela possa ser um canal e passar todas essas coisas belas para as outras pessoas.

DVNF: Há algo que você considere prejudicial ao cenário da dança atual?
NP: A dança do ventre é muito feminina, e quando mal direcionada pode mexer com o ego da mulher, gerando a competitividade. Quando a auto-estima está afetada, a insegurança toma conta da bailarina, fazendo com que ela se sinta ameaçada pelas outras e trazendo sentimentos de inveja que acabam sendo auto-destrutivos. A arte tem que ser uma troca de conhecimentos e essa competitividade atrapalha o desenvolvimento da dança.
Outro fator que considero prejudicial é a falta de valorização do profissional da arte no geral. Por pouca divulgação da cultura, e a visão que, por mais que tenha diminuído, ainda existe, de vulgarização da dança. Por isso a profissional deve sempre saber se colocar e ter uma certa postura, a dança do ventre não faz parte de nossa cultura, por isso devemos ter respeito ao passar adiante seus conhecimentos.


DVNF: E algo prejudicial ao desenvolvimento individual durante o aprendizado da dança? O que seria?
NP: Acredito que o medo é uma barreira para o avanço em qualquer situação. Parece que temos medo de brilhar, de nos abrir! Às vezes olho para as meninas que vem fazer o primeiro dia de aula, todas elas tímidas, fechadas, com medo daquela experiência nova... A postura delas fica diferente, os movimentos ficam pequenos, porque todas aquelas couraças internas se ativam. Criam idéias e lixo mental do tipo: “eu não levo jeito”, “sou dura!”, “mas vai estar todo mundo olhando pra mim”.  O medo do soltar-se limita a dança, e cria uma barreira para a conexão com a música, é preciso se libertar!
A ansiedade também é uma coisa que pode prejudicar bastante. Quando começamos a dançar, achamos que vamos dormir e depois acordar sendo uma bailarina profissional de grande calibre, e isso não acontece, podendo gerar certas frustrações. Nesse caso, precisamos parar e entender que uma flor leva um tempo pra desabrochar... Umas levam menos, outras levam mais. É fundamental entender que tudo faz parte de um processo de amadurecimento!
E aí pode também vir o ego excessivo... Humildade é essencial em todas as etapas da dança, seja iniciante, profissional, avançado, não importa. A dança é uma busca constante, e seria errado pensar que sabemos tudo. Elogios e criticas vão existir, só precisamos nos policiar para não deixar que o nosso ego suba a cabeça. Cada um é cada um, e ninguém é melhor do que ninguém!


DVNF: Houve alguma indignação ou frustração durante seu percurso na dança?
NP: Não que eu me lembre! De qualquer forma, prefiro pensar que tudo o que acontece é para o nosso crescimento, e se uma coisa não deu certo hoje, paciência...
A dança não está aqui para nos frustrar... Muito pelo contrário! Tudo que tem um lado ruim, também possui seu lado bom... Cabe a nós escolhermos qual seguir!


DVNF: E conquistas? Fale-nos sobre elas.
NP: Primeiramente ter vindo me especializar em Araraquara já considero uma conquista. Vir parar em outro estado me fez crescer bastante, tanto na dança quanto como pessoa.
Em 2011 participei do meu primeiro concurso, o Solo Amador do Mercado Persa, ganhando em primeiro lugar. Foi uma experiência maravilhosa, extremamente emocionante! Até hoje, quando assisto ao vídeo, é como se eu vivenciasse aquilo tudo de novo.
Em Janeiro deste ano, tirei a minha carteira profissional DRT a qual me permite dar aulas profissionalmente, abrindo um leque maior de oportunidades.
Tenho pouco tempo de dança, portanto não tive tantas conquistas, mas as poucas que tive foram bastante significativas e espero continuar tendo muitas e muitas outras pela frente!


DVNF: Percebi em sua aula que você realiza um trabalho no sentido de desenvolver um ambiente harmônico e de possibilitar que as pessoas se sintam bem e felizes, que possam exercitar o amor! Como é o desenvolvimento desse trabalho e como você percebe a influência disso na vida e na dança de suas alunas?
NP: A dança tem como prioridade nos fazer sentir bem e felizes! A intenção é formar um ambiente harmonioso entre as alunas, evitando que o ego tome conta. Quando estamos conectadas com o nosso feminino interior, nos amamos e nos aceitamos como nós somos, deixamos os julgamentos de lado, e passamos a enxergar o lado positivo das pessoas e das situações, sem ego, sem comparações. Uma sala de aula em que as alunas estão em sintonia e harmonia umas com as outras rende mais! Elas prestam mais atenção no seu próprio movimento e procuram se aperfeiçoar ao invés de se comparar com as outras colegas. Cada corpo é diferente, cada uma tem seu tempo e sua dificuldade!
Sempre ao final de cada aula procuro passar uma mensagem ou passar algum exercício que envolva compaixão e amorosidade. As pessoas precisam disso, de amor!
A dança delas fica mais pura, mais leve... Montar coreografias fica mais fácil, porque elas estão em sintonia, elas se sentem melhor em relação a elas mesmas, mais seguras. É muito gostoso ver o brilho nos olhos delas quando termina a aula, uma sensação de dever cumprido!
Nós professoras devemos sempre pensar que estamos ali para sermos um canal de alegria para as meninas, faze-las se sentir bem é o objetivo! Portanto, todas as preocupações, todos os medos, todas as cargas do dia-a-dia devem ser deixados da porta para fora! Nossa vida pessoal jamais deve ser jogada nas costas de nossas alunas!


DVNF: Como é a sua expressão por meio da dança?
NP: Acredito que quando dançamos nos transformamos em um canal, nos conectando a cada pessoa que está na plateia, portanto tentar transmitir amor e alegria é o que procuro. Costumo imaginar que das minhas mãos posso liberar energia, e esta passa para todas as pessoas que estiverem ali sintonizadas.
É preciso ter força interior e sentimento! Acho que essa é a etapa mais importante, e talvez a mais difícil de concluir. Uma dança para ser completa deve ser 50% técnica apurada e 50% sentimento e contato bailarina x música. Uma dança sem sentimento fica oca, e vira um corpo se movimentando simplesmente, sem expressão corporal!
É importante falar com o corpo! Tentar mostrar através dos movimentos o que a música está tentando passar. Cantar, sentir, emocionar e tocar com o próprio corpo, como se música e bailarina fossem um só!


DVNF: Você conseguiu desenvolver, em relativamente pouco tempo, uma dança muito bonita, criativa e expressiva que vem se destacando em nosso meio! O que você considera que tenha sido seu diferencial nesse processo?
NP: Estar no momento certo com as pessoas certas! Pessoas que puderam me mostrar o que eu tenho de melhor, e me lapidar da forma mais refinada possível!
Não posso dizer que é um mérito somente meu, procuro sempre me aperfeiçoar, é claro... Até hoje! Mas todas as pessoas que passaram por mim nessa jornada colaboraram para o meu crescimento, tanto profissional como pessoal também!
Acredito que ter aprendido que a dança não é só uma porção de movimentos bonitos, não é só um corpo balançando, e sim uma mistura de vários sentimentos também acrescentou bastante! E os ensinamentos que aprendi sobre amor-próprio e feminilidade deram um certo toque especial. Na verdade todas as mulheres têm isso dentro delas, é só se deixar levar!
Saber escutar as críticas construtivas, e utilizá-las de forma que irão nos favorecer. Dedicação acho que é a palavra certa para um bom desenvolvimento... E nunca acreditar que já se sabe tudo! A dança é uma busca constante, que está sempre em transformação, ninguém é perfeito, e ninguém sabe tudo... Entender isso é se soltar do ego, e sempre se melhorar cada vez mais!
Todas podem conseguir, todas podem ser o que quiserem ser... Basta lutar por isso!


DVNF: Quais as dicas você daria para aquelas que desejam se profissionalizar em dança? O que é importante buscar?
NP: Ter uma boa professora e um bom direcionamento é fundamental! A professora é quem dá o caminho e a direção! Normalmente nos espelhamos nelas e seguimos seus exemplos, portanto é sempre bom ter do lado alguém que te passe coisas boas e te incentive ao máximo. Também diria que estudem... Estudem bastante! Corram atrás de aulas, workshops, cursos, buscando cada vez mais um pouquinho aqui e ali e formando sua bagagem aos poucos. Mas não se esqueçam de agregar sentimento em tudo o que fizerem.
Também é extremamente importante saber ser profissional! E saber ser profissional não é só na hora da apresentação, em relação á técnica, roupa, maquiagem... Ser profissional quando não se está em cena é fugir de fofocas, saber o momento certo de falar e o que falar. Ser profissional é ter ética e não criticar outras bailarinas, por mais que suas opiniões sobre tal não sejam as melhores, às vezes é melhor guardar para si mesma. Ser profissional é saber tratar bem as pessoas, e de preferência igualmente, principalmente suas alunas e as pessoas que te tem como ídolo. Tenham em mente que a partir do momento em que sua dança se torna reconhecida e apreciada, você vira um exemplo! E as pessoas passam a te ter como um espelho! A maneira em que você age fora do palco é a que importa para ser uma profissional de verdade!


DVNF: Falando agora sobre o palco, como você se prepara para uma apresentação?
NP: Um bom alongamento para aquecer é muito importante para a preparação física em si! Mas além da preparação física, é crucial que nos preparemos psicologicamente! Existem pessoas que sentem uma ansiedade e um medo muito forte antes de entrar para dançar. Às vezes nos preocupamos muito com o que as pessoas vão achar da nossa interpretação, dos nossos movimentos, e esquecemos que o mais importante ali é se conectar! O medo impede que nos conectemos verdadeiramente com a música! Costumo respirar fundo antes de entrar, e prestar atenção no meu corpo, meus batimentos cardíacos, me sentir mulher, e repetir mentalmente que eu sou linda, é bom para a nossa auto-estima... Ouvir a música algumas vezes antes, e escutar o que ela quer me dizer, como eu poderia interpreta-la emocionalmente! Esquecer as critica é um bom começo. Quando dançamos, compartilhamos nossos sentimentos e nossa energia com as pessoas na plateia, estamos ali para semear o amor e passar felicidade, não medo e insegurança! Procuro pensar que estou representando todas as mulheres do mundo naquele momento, e que eu sou luz!
Uma dica: curtam sua dança, acima de tudo!


DVNF: Conte-nos sobre um momento inesquecível. Qual foi a sua melhor experiência?
NP: Cada dança é inesquecível! Sempre tendo sua história para contar.
Porém teve um momento que marcou a minha trajetória na dança: quando fiz o meu primeiro solo! Eu tinha 3 meses de dança, sem técnica nenhuma e era muito tímida. Naquele ano era aniversário de 40 anos da minha mãe e meu pai queria fazer uma surpresa pra ela. Desde quando comecei a dançar, a família inteira ficou envolvida pela paixão à cultura e dança árabes, por conta disso ele me pediu para fazer uma apresentação em homenagem a minha mãe. Pedi ajuda para minha professora montar uma coreografia bem bonita e fiquei algumas semanas ensaiando todos os dias.
Na festa tive que me esconder para trocar de roupa sem que a minha mãe pudesse ver e, justo nessa hora, ela resolveu me procurar! Perguntou a todos os meus amigos, familiares, conhecidos, ficou desesperada! Então meu pai pegou o microfone e a chamou, dizendo que tinha uma surpresa muito especial enquanto soltava a música. Esse foi o momento mágico em que todos se emocionaram, inclusive eu. Por mais que não tenha sido a dança tecnicamente perfeita, foi um compartilhamento de energia muito forte, tinha um significado muito forte! Com certeza um momento que irá ficar guardado para sempre na minha memória!


DVNF: Você trabalha somente com dança?
NP: Bem, estou cursando faculdade de Fisioterapia, me formo no final do ano que vem. Acho que toda professora deve ter pelo menos uma noção básica de anatomia humana, para tomar certos cuidados e não prejudicar a saúde de suas alunas. Ainda não trabalho com Fisioterapia, nem pretendo ter essa profissão como principal na minha vida. A faculdade seria mais para um complemento de informações que possa me ajudar nas aulas e nas preparações antes de uma apresentação! Pretendo trabalhar só com a dança sim, tendo a Fisioterapia como um diferencial.

DVNF: Quais seus projetos para o futuro?
NP: Não costumo criar muitas expectativas para o futuro, embora tenha o sonho de montar minha própria escola na cidade onde morava (Vila Velha –ES) para que eu possa compartilhar de todo esse conhecimento que estou tendo a oportunidade de adquirir. Ter a oportunidade de passar adiante a verdadeira essência da dança do ventre, resgatando a feminilidade e a auto-estima da mulher. Tenho muitas idéias para concretizar, porém ainda estou no momento do aprendizado focando no presente, mas futuramente pretendo colocar todos os meus objetivos em prática!

DVNF: Deixe um recado para os leitores do blog.
NP: Primeiramente quero agradecer a todas as pessoas que leram essa entrevista, e dizer que todas vocês, que procuram se profissionalizar, ou até mesmo que usam a dança como um hobby, que vocês podem conseguir! Nunca desistam de ser mulheres, nunca desistam de fazer o que faz vocês felizes, e nunca se esqueçam do quanto vocês são lindas!
Obrigada pela atenção, obrigada pelo carinho, obrigada pelo incentivo, por tudo!
Beijos no coração de cada um!


Por Ju Najlah

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domingo, 7 de outubro de 2012


Quer ganhar um exclusivo xale do Atelier Ju Najlah?
É fácil!
Basta curtir a página do Atelier no facebook (http://www.facebook.com/pages/Atelier-Ju-Najlah/161749133888552)
Curtir a página do Blog “Dança do Ventre em Nova Friburgo” (http://www.facebook.com/dancadoventrenovafriburgo)
E compartilhar esta imagem em modo PÚBLICO para concorrer! É muito importante que o compartilhamento seja feito dessa forma. Só assim é possível saber quem a compartilhou. (http://www.facebook.com/photo.php?fbid=415075605222569&set=a.415075521889244.98826.161749133888552&type=1&theater)
O sorteio será realizado no dia 05 de novembro!
Somente participarão do sorteio aquelas que cumprirem com TODAS AS REGRAS até o dia 04 de novembro a meia noite.
Boa sorte meninas!!!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Cantinho das Alunas: Itza Saruat




DADOS GERAIS:

Nome(artístico ou comum):
 Maritza Leardini ( Itza Saruat)
Idade: 43 anos
Cidade(em que mora): Nova Friburgo - RJ
Tempo de dança(atual): 1 ano e 5 meses
Atual professora: Liz Cordeiro e Saisha Lis

SOBRE A ALUNA:

O quê a motivou a dançar?
Comecei minhas aulas de dança do ventre como uma forma de terapia e melhora da minha estima. Aos poucos meus horizontes foram se abrindo para o estudo da cultura e técnica. 

Você já fez outro tipo de dança além desta em questão? Caso tenha, por quanto tempo você a(s) praticou?
Fiz jazz por muito pouco tempo quando era criança. Sempre fui encantada pela arte da dança em qualquer modalidade.

Como a dança está lhe ajudando(emocionalmente, fisicamente,psicologicamente)?
 No campo emocional me torna mais independente , mas apenas eu e eu mesma.
 No campo físico tem melhorado postura , leveza de movimentos até no cotidiano quando não estou dançando. 
Psicologicamente tem resgatado uma essência mística que ficou adormecida por um longo tempo.

Quais oportunidades  você teve com a dança?
Tenho feito muitas amizades, participado de eventos e viajado. Conhecendo um novo mundo.

Quais professoras contribuiram para sua formação na dança do ventre?
Na dança do ventre:Anne Nargis, Liz Cordeiro , Corina Mourão e comecei recentemente aulas regulares também com Saisha Liz ( Monarah Emerick ).

Qual contribuição de sua(s) professora(s)? 
Cada uma delas faz aflorar um lado diferente. Todas com suas peculiaridades e preocupações.  Postura, leveza, mãos, sentimentos e elegância.

Quais suas conquistas/superações e realizações? 
Conquistei confiança, perseverança e a calma, um dia após o outro. Não estou mais ansiosa. Vivo o presente e curto cada dia de aula.  Em termos de superação, vem a disciplina a organização , a meta que busco; e em termos de realização cito as apresentações como  concretização dos estudos que são eternos.

Quais são suas atuais dificuldades na dança? 
Lembrar dos movimentos que já aprendi em sala de aula. Tenho memória curta e se não gravo as sequências ou os movimentos, esqueço fácil....rsrs... O que eu aprendo no início da aula já esqueci no final...

Com quais professores você já fez workshop e qual foi o que você mais gostou ou marcou até agora; e por quê?

Workshops que fiz:

Suheil ( Leitura Clássica )
Shaira Sayaad ( Curso de Férias e Folclore);
Melinda James (Folclore);
Ju Marconato (Curso de Formação de Bailarina).

Adoro todas elas. 

Quais são suas bailarinas favoritas(nacionais e /ou internacionais)? 
Ju Marconato e Daria Mitskeviche, são as que eu mais gosto da atualidade.

Um sonho na dança:
 Ser uma bailarina profissional com técnica, postura, elegância e domínio nos movimentos. Curtir muito a dança e fazer solos que possam inspirar novas  bailarinas a nunca desistirem de seus sonhos e objetivos. Nunca é tarde pra começar.